in "carteia" 16/10/08
Tendo iniciado a sua carreira aos 5 anos, Matthew Silva, de 16, já fez um longo percurso como jogador de futebol.
Iniciando-se no Quarteirense, onde esteve apenas uma semana, o atleta fez uma passagem pelo Inter de Almancil e, posteriormente, passou a integrar a equipa de futebol do Sporting. Mas embora este clube faça parte dos “grandes” do futebol português, Matthew acabou por não concretizar os seus objectivos, tendo regressado, novamente, ao Inter. Já no seio deste clube, os objectivos são muito ambiciosos. Com um grupo que considera ser uma boa equipa, o projecto para este ano é disputar a 2ª fase e subir à 1ª divisão nacional.
Jornal Carteia: Como surgiu o gosto pelo futebol e quando começaste a jogar?Matthew Silva: Foi desde pequenino, pelo facto de ver muito desporto em casa. Comecei a jogar aos 5 anos, no Quarteirense, onde estive apenas uma semana, porque não gostei muito, e vim para o Inter de Almancil. Desde que me consigo lembrar de alguma coisa, já estava nos campos. JC: Sei que tiveste uma passagem pelo Sporting. Como correu essa experiência?
MS: Depois de ter entrado para o Inter de Almancil, saí e fui para o Sporting, onde estive 2 anos, e voltei para o Inter, porque eles queriam-me “emprestar” e as coisas não resultaram como eu desejava. Já nessa altura o meu sonho era chegar aos Seniores, mas ainda tenho tempo para isso. Na altura, penso que isso não aconteceu porque eu era muito novo e ainda não tinha muita noção das coisas. Se fosse agora era diferente. É uma questão de idade.
JC: Qual o vosso local e horário de treino e como concilias a escola com o Futebol?
MS: Às Segundas, Terças e Quintas treinamos das 19:30 às 20:45, descansamos às Quartas e, por vezes, treinamos às Sextas, mas não convém, porque temos jogo no Sábado. Em relação à conciliação dos estudos com os treinos, é fácil. O horário da escola é muito flexível e se coincidir com o horário dos treinos, nós pedimos a mudança e eles alteram-no.“O problema em Portugal é faltar dinheiro ao futebol, porque a paixão está lá”
JC: Qual o jogo que mais te marcou? E se pudesses escolher uma equipa, em qual jogarias?
MS: O jogo que mais me marcou talvez tenha sido no Sporting, numa partida contra o Corroios, porque marquei 2 golos e fiz 3 assistências. Quanto à escolha da equipa, sempre fui sportinguista, por isso, escolheria o Sporting, porque é um clube com melhor formação e melhor futebol do que os outros clubes. Por exemplo, o Porto e o Benfica, sempre foram atrás dos jogadores grandes fisicamente, mas o Sporting sempre foi atrás da agilidade e da técnica, e vê-se os grandes jogadores que saíram de lá, como o Cristiano Ronaldo, o Figo e o Quaresma.
JC: O que pensas do futebol em Portugal, em relação aos outros países?
MS: Penso que é bom e vê-se os jogadores que saíram de Portugal, que são, à volta da Europa, talvez os melhores, sendo o nível de qualidade do futebol muito bom. Contudo, ainda não consegue ser tão bom como o de Espanha, Itália e Inglaterra, principalmente, onde se pode ver o melhor Campeonato do Mundo. Penso que o grande problema em Portugal é faltar dinheiro ao futebol, porque a paixão está lá.
JC: O que achas que poderia ser melhorado?
MS: O dinheiro é muito importante neste desporto, mesmo em termos de adesão do público, porque enquanto no nosso país os estádios estão sempre vazios, em Inglaterra, qualquer jogo entre clubes pequenos enche o estádio. A cultura é diferente. Não dá para comparar. Por isso, deveria ser dado mais apoio às equipas, com mais patrocínios por parte das câmaras. Penso que os municípios deveriam reconhecer mais os clubes, de onde saem muito bons jogadores, sendo muitos do Inter de Almancil. Neste momento, temos 2 equipas na 1ª e 2ª divisão nacional dos jovens, e não recebemos quase dinheiro nenhum por isso, o que é impressionante. O Quarteirense, apesar de ter Seniores, é verdade, recebe muito mais do que o Inter. Nem dá para comparar. É uma pena, visto que saem do nosso clube muito bons jogadores. Se o Inter tivesse mais dinheiro, surgiam muito mais oportunidades. Embora os tempos difíceis pelos quais Portugal está a passar não ajudem, fazendo com as pessoas não tenham dinheiro para ir aos estádios ver jogos de futebol, poderiam ser facultados bilhetes mais baratos, o que iria encher mais os estádios, fazendo a diferença.“Só há um caminho, e esse caminho é para a frente”
JC: Quais são os teus objectivos para esta época? E expectativas futuras?
MS: Pessoais, evoluir como jogador, que é sempre um objectivo num praticante de futebol, colectivos, é chegar onde merecemos chegar, porque trabalhamos muito e acho que temos uma boa equipa, este ano, para chegar aos nossos objectivos. Com isto, quero dizer disputar a 2ª fase e subir para a 1ª nacional. Embora o início do campeonato não nos tenha corrido como desejávamos, as expectativas são, sempre, melhorar. Agora que conseguimos quebrar aquela fase das derrotas e lesões, que também nos custou, as coisas vão melhorar. Só há um caminho, e esse caminho é para a frente.
Carina Rosa
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